Potomitan

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Colóquio internacional multidisciplinar

Paisagens vegetais e biodiversidades do Caribe
Do conhecimento e da representação das paisagens
ao seu planejamento sustentável

MARTINICA dezembro de 2010
Universidade das Antilhas-Guianas
GEODE-HAIP EA 929
CRILLASH

Fougères arborescentes

Fougères arborescentes, Guadeloupe. Photo F.Palli

Coordenadores Científicos do Colóquio
Philippe JOSEPH, MCF HDR – GEODE
Raphäel CONFIANT, MCF HDR – CRILLASH

Version en français
Fiche d’inscription en Word - Fiche d’inscription en pdf

Version en espagnole sur le site Montraykreyol

Parceiros: proposta a refinar
Conselho Regional da Martinica
Conselho Geral da Martinica
Parque etnobotânico do Marin
Conservatório Botânico da Martinica
Parque Natural Regional da Martinica
Agência Nacional das Florestas da Martinica
Direção Regional das Relações Culturais (DRAC)
Direção Regional do Meio Ambiente (DIREN)

Comitê cientifico e de leitura: Proposta (completar ou especificar)
Philippe JOSEPH, MCF HDR – GEODE
Raphaël CONFIANT MCF HDR  - CRILLASH
Corinne MENCE-CASTER, PR - CRILLASH
Jean BERNABE, PR – CRILLASH
Françoise PAGNEY, PR – GEODE
Franck DOLIQUE, PR – GEODE
Yves Monnier, PR – MHNP
Micheline HOTYAT, PR - Paris Sorbonne (Paris IV)
Paul ARNOULD, PR - ENS Lyon
Jean-Paul AMAT, Paris Sorbonne (Paris IV)
François RAMADE, PR – Orsay (Paris XI)

 

Questão e objetivos

A paisagem é um objeto que remete à materialidade1 assim como à imaterialidade2 dos territórios. Foi então com seus imaginários «semeados» pelas dinâmicas dos meios físicos e biológicos que diversos povos construíram suas «trajetórias civilizacionais». Em conseqüência disto, a paisagem deve ser considerada como um complexo onde interagem, em todos os níveis de integração, os diferentes aspectos da litosfera3, da hidrosfera, da biosfera e da noosfera4.

Na realidade, para a análise do território é necessária a exploração do geossistema e dos modos de utilisação antrópica dos biótopos que, em função das zonas geográficas, são resultado de uma domesticação ou de uma contenção mais ou menos longa. A dificuldade reside na complexidade estrutural e funcional dos componentes territoriais mas também na complexidade de suas relações « de interfaces».

Dois elementos devem ser considerados, o espaço, por conta de seus descritores plurais, e o tempo, pela multiplicidade de seus ritmos: isso em todas as escalas pertinentes. Nesta perspectiva, uma pesquisa voltada para a Paisagem ou para o «Sistema-Paisagem» implica um conhecimento de seus componentes sem perder de vista seu caráter sistêmico. Qualquer que seja a relação de importância que exista entre as «produções humanas» e «as produções naturais», a paisagem revela as características ecossistêmicas dos meios. No que diz respeito à vegetação, esclarecer as hierarquias estruturais e funcionais da espécie5 à paisagem6 assim como os modos de antropisação de todos estes graus da biodiversidade é um trabalho prévio imprescindível. De maneira geral, a diversidade das comunidades florísticas alimenta o imaginário das populações. Desde a origem, as paisagens foram arquitetadas pelas sociedades sucessivas e constituem um quadro de análise pertinente.

As entidades geográficas da Bacia do Caribe possuem conjuntos paisagísticos cujas diversidades biológicas têm importância planetária7. As paisagens vegetais das ilhas, do istmo e da costa do continente são compostas de numerosas unidades fisionômicas. As formações herbáceas, arbustivas, pré-florestais e florestais variam do seco ao úmido, passando por toda uma série de intermediários biocenóticos. A aventura humana nestas terras da América se traduziu ou pela «insularização» das florestas originais, especialmente no arquipélago, ou por modificações profundas de suas estruturas e de suas funções. Resultou em uma erosão notável da diversidade específica e uma perda significativa de capacidade de resiliência. Todavia, nas relações quase simbióticas, estes bio-sistemas silvestres foram os meios de vida dos ameríndios.

Nas sociedades caribenhas o mundo vegetal ainda é um elemento primordial. Seu caráter plurifuncional é devido à diversidade dos tipos morfológicos, ou seja, de fitocenoses. Com relação à auto-organização biológica e da “energia” antrópica, essas últimas são metastáteis. Elas constroem, ao longo do tempo, as paisagens floris e permitem numerosas práticas humanas, vernaculares e científicas. Território de interesses exarcebados e de uma pluralidade de usos materiais e imateriais, a vegetação dessa região das Américas é cada vez mais artificial. A exploração econômica das fontes de madeira e de flores está inscrita frequentemente nas práticas da “extração mineral”.

As conseqüências em termos de vulnerabilidade demográfica de espécies assim como os efeitos induzidos como a erosão e a queda de fertilidade dos solos é cada vez mais preocupante. Os ecossistemas vegetais são cada vez menos cultiváveis e podem acentuar os impactos naturais e antrópicos, como a ocorrência de furacões e de outras espécies invasivas. Visto alguns elementos, essa temática se revela de uma grande importância cientifica notadamente tratando-se do papel dessa região de grande diversidade biológica no seio de uma biosfera atingida pela degradação de todo tipo.

Um balanço dos conhecimentos científicos e técnicos das paisagens vegetais parece primordial. Tratar-se-à de abordar as problemáticas ligadas à sua organização estrutural, ao seu funcionamento ecossistêmico e à sua evolução. Essa aqui condicionada tanto pela dinâmica das sociedades humanas quanto por aquela dos ambientes biológicos e físicos. As interações homem-vegetaçao serão, em parte, aproximadas pelo aspecto das percepções e das representações. Os universos simbólicos subseqüentes provém das modalidades de apropriação, de aprisionamento mesmo de domesticação da vegetação em todos os níveis de integração: da espécie ao ecossistema passando pela biocinese. Do olhar da importância das paisagens na gestão da biodiversidade, as reflexões se concentrarão ao redor das problemáticas de carregamento e de desenvolvimento futuro no quadro da mundialização e da mudança climática.

Esse colóquio multidisciplinar dará um lugar importante aos especialistas das ciências humanas e da gestão territorial. Ele reunirá naturalistas biogeógrafos, geógrafos, ambientalistas, urbanistas, botânicos, ecologistas, etnobiológos, etnobotânicos, antropólogos, sociólogos, filósofos, lingüistas, literatos, economistas e juristas. Os aspectos plurais das paisagens vegetais assim como aqueles das escalas inferiores da biodiversidade floril estarão no centro dos desenvolvimentos. O objetivo primeiro é explorar a dimensão biofísica dos grupos floris caribenhos, seus modos de humanização, suas representações, seus valores econômicos e suas evoluções naturais e/ou antrópicas.

Enfim, a comparação com outras áreas geográficas tropicais e temperadas em termos de funcionamento ecológico e de gestão enriquecerá as problemáticas e as metodologias relativas às paisagens vegetais do Caribe. Nessa perspectiva, com a ajuda de alguns exemplos, entre os mais significativos, serão consideradas as descrições e as análises globais.

Os temas seguintes não são definitivos, entretanto guiarão as contribuições

Os estudos propostos deverão ser setoriais ou holísticos e considerados os casos concretos tanto quanto as sínteses globais notadamente teóricas.

Tema 1
Estrutura,  funcionamento e dinâmica das composantes das paisagens vegetais

Sendo que o Caribe concerne muitos dados provindos de programas nacionais e internacionais, existindo sobre sua organização estrutural e nos processos funcionais das composantes da paisagem. Tratar-se-à, aqui, de trabalhar sobre os resultados de recentes trabalhos e de colocar em perspectiva as problemáticas e as metodologias dos diversos campos disciplinares que regrupam as ciências naturais tais como a biogeografia, a ecologia, a biologia, a botância e de maneira geral a ecologia das paisagens e a biologia da conservação.

  • Quais são as características estruturais e as modalidades funcionais dos ecossistemas caribenhos?
     
  • Quais são os principais determinantes fatoriais subjacentes de sua gênese e de sua cronologia?
     
  • Qual é o estado de sua diversidade floril em todos os níveis de complexidade ou integração?
     
  • Quais são os aspectos singulares da dinâmica biocenótica?
     
  • Quais são os modelos que dão conta da complexidade espaço-temporal dessas paisagens vegetais e portanto dos ecossistemas, considerando a biomassa, os fluxos de energia e de matéria, os descritores estruturais, arquiteturais e demográficos, o conjunto dos processos dinâmicos e os aspectos autoecológicos e sinecológicos?
     
  • Quais são os efeitos plausíveis da mudança climática planetária e/ou das espécies introduzidas notadamente aquelas que se tornam invasoras?

Tema 2
Proteção, conservação, carregamento, gestão, valorização
das paisagens vegetais e das fontes assiciadas

begonia

Bégonias, Martinique. Photo F.Palli

As problemáticas de proteção na ótica de uma gestão dominada pelas biodiversidades redirecionam-se à biologia da conservação assim como ao direito e à economia. As ferramentas de planificação territorial durável baseadas no restabelecimento de um equilíbrio mínimo entre os meios e sociedades deverão integrar todas as modalidades da conservação da biodiversidade nos espaços rurais e urbanos. Segundo os países dessa região, as fontes vegetais, da madeira à complexidade ecossistêmica, são frequentemente o território de atividades mercantis diversas das quais algumas são ilegais: indústria da madeira e das plantas destinadas ao artesanato, energia, coleções vegetais de espécies raras ou pouco comuns, culturas de plantas frutíferas, farmacopéias tradicionais (plantas medicinais e aromáticas), florestaria, ecoturismo e turismo verde, agricultura, etc.).

  • Quais são os procedimentos administrativos adequados para uma proteção perene das formações floris patrimoniais notadamente as silvas maduras?
     
  • Quais são as potencialidades econômicas e os tipos de valorização das fontes ecossistêmicas?
     
  • Em que medida as formações floris secundárias de interesse ecológico podem ser reforçadas pelo enriquecimento floril?
     
  • Quais são os limites da destruição dos tapetes vegetais com relação à empreitada ecológica das sociedades?
     
  • Quais adaptações ou ainda quais métodos de atenuação ao olhar das perturbações climáticas e das espécies introduzidas das quais algumas são potencialmente invasivas?
     
  • É preciso ter uma escala comum de gestão dos ecossistemas e das paisagens do Caribe visando a preservar e a valorizar com eficácia todos os aspectos da biodiversidade?

Tema 3
Percepção, representação e usos imateriais das paisagens vegetais

Desde a descoberta das Américas, as relações com o espaço das sociedades caribenhas permitiram a edificação de “universos” simbólicos associados à saberes agrários e ambientais específicos. Os modos de aprisionamento dos meios, originalmente florestais, arquitetaram singularmente as paisagens. A floresta foge e fica uma fonte de inspiração e um quadro de análise para um bom número de escritores, de poetas e de especialistas das ciências humanas. Por outro lado, em outro nível, as ilhas das Antilhas foram o lugar de elaboração de línguas novas ditas “creoulas”, isso no interior de um ecossistema produzido no meio natural entre espécies concorrentes. Uma disciplina nova, a ecolinguistica, se encarrega dessas problemáticas e o meio creoulo é um de seus principais campos de persquisas.

  • Quais são as características dessas percepções e representações?
     
  • Quais são as mutações operadas no seio dessas últimas desde a colonização?
     
  • Qual é a importância da vegetação no imaginário desses povos e nas línguas regionais?
     
  • Como analisar a “guerra das línguas” no seio do ecossistema lingüístico das Antilhas?
     
  • Competição lingüística/ competição vegetal: pode-se estabelecer analogias que permitiriam repensar certos aspectos da lingüística e da biogeografia?

Tema 4
Ecologia e administração comparadas das paisagens vegetais da bacia caribenha,
do mundo temperado e de outras regiões tropicais.

Os diferentes aspectos desenvolvidos abaixo podem se endereçar ao conjunto da biosfera humana. Entretanto a interferência entre homens e meios varia de uma região à outra por causa de “trajetórias civilizatórias” ou culturais diferentes. No quadro de uma análise comparativa, será necessário mostrar as particularidades geográficas em termos de conhecimento, de conservação, de gestão e de valorização das paisagens das outras zonas tropicais e dos bioclimas temperados.

  1. As estruturas e as dinâmicas dos meios biofísicos provém de leis naturais.
     
  2. Imaginários, percepções et representações.
     
  3. Pedosfera inclusa.
     
  4. Produções intelectuais do Homem: produção de próteses que facilitam os desregulamentos ambientais, sistemas de percepções e de representações.
     
  5. Associada à ecótope.
     
  6. Ligado ao mésoclimat.
     
  7. As Antilhas fazem parte de um dos hotspots de biodiversidade mundial: o das Terras que compõem a Bacia do Caribe.

 

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